sábado, 20 de março de 2010

Pixote, a lei do mais fraco - Postado por: Adriana Guerra 9D n01







Sinópse




O cinema brasileiro da década de 80 tem características neo-realistas Pixote tem sua ação passada em locais autênticos: ruas, favelas e bairros de São Paulo. Retrata a vida de seus moradores. Muitos atores não são profissionais, principalamente aqueles que fazem parte do grupo de meninos. A vida retratada é a vida do dia-a-dia de uma grande metrópole, cheia de problemas e de ameaças: delinqüência, subdesenvolvimento, desemprego.
A originalidade da obra está no compromisso com a verdade e a com realidade. Mostra a infância abandonada, que cresce e continua a viver em profunda pobreza, transformando-se na sementeira da delinqüência, da prostituição e do crime. O filme traz como protagonista uma criança da periferia de São Paulo, fruto da realidade e da sociedade que a moldou, acostumada com a vida miserável do bairro. A fronteirs entre ficção e realidade tornou-se famosa, por Fernando ter seguido a suposta trajetória de seu personagem e morrido, dez anos após as filmagens, em um tiroteio com a polícia.


Pixote foi baseado no livro de José Louzeiro “A infância dos mortos “. O livro foi baseado em um fato real, o caso Camanducaia: cento e dois menores foram espancados e atirados de um desfiladeiro pela polícia de São Paulo.
Pixote não sensibilizou o público por mostrar uma nova experiência cinematográfica, mas por dar visão e voz a um povo que sofrera os últimos vinte anos dentro de uma ditadura, amordaçado. Pixote denunciou a violência contra menores, pobres, negros, homossexuais, e outros excluídos. Mostra a realidade do descado, tanto por parte do governo, como por parte da sociedade. O menor abandonado foi visto de frente, chamando o espectador a testemunhar a sua vida sem horizonte e sem perspectiva. Pixote é uma ficção-verdade. Mostra o comportamento de delegados, policiais e juízes. Fernando Ramos não é só ator: ele interpreta no cinema um papel que é a sua própria realidade. O filme termina com Pixote caminhando sobre os trilhos de uma estrada de ferro. Desparece no horizonte. Foi à procura de quê?
no horizonte. –

Neste filme, Hector Babenco construiu um dos mais cruéis retratos da realidade nas ruas de São Paulo, onde crianças têm sua inocência retirada, ao entrarem em contato com um mundo de crimes, prostituição e violência. Pixote (Fernando Ramos da Silva) foi abandonado por seus pais e roubava para viver. Ele já havia estado internado em reformatórios, o que contribuiu para sua "educação", pois conviveu com todo tipo de criminosos e jovens delinqüentes. Todos seguem o submundo do crime. Ele sobrevive tornando-se um pequeno traficante de drogas, cafetão e assassino, embora tendo apenas onze anos. Na cena mais famosa, Pixote aninha-se nos braços da prostituta interpretada por Marília Pêra, recriando a imagem da Pietà, de Michelangelo. Ele suga o peito da prostituta, até que ela o joga para fora do leito.




Curiosidade




O ator Fernando Ramos da Silva, que interpreta o personagem-título, tempo depois do êxito do filme, voltou à sua vida de sempre, vivendo num ambiente de total miséria.Devido à influência dos irmãos, retornou à criminalidade, sendo assassinado por policiais, em 1987.


Elenco




Fernando Ramos da Silva .... Pixote
Marília Pera .... Sueli
Jorge Julião .... Lilica
Gilberto Moura .... Dito
Edílson Lino .... Fumaça
Zenildo Oliveira Santos .... Chico
Cláudio Bernardo .... Garotão
Israel Feres David .... Roberto Pie de Plata
José Nílson Martins dos Santos .... Diego
Jardel Filho .... Sapatos Brancos
Rubens de Falco .... juiz
Elke Maravilha .... Débora
Tony Tornado .... Cristal
Beatriz Segall .... viúva
Ariclê Perez .... professora







Premiação




Globo de Ouro 1982 (EUA) : Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.
Festival de Locarno 1981 (Suíça) : O diretor Babenco recebeu o Leopardo de Prata.
Festival de San Sebastian 1981 (Espanha) .Recebeu o Prêmio OCIC.
Prêmio NYFCC 1981 (New York Film Critics Circle Awards): melhor filme estrangeiro.


Filmografia

O Rei da Noite, em 1975
Lúcio Flávio – Passageiro da Agonia – recordista de bilheteria no Brasil, 1977
Pixote – a Lei do mais fraco, 1981
O Beijo da Mulher Aranha, 1985.
Ironweed, 1987
Brincando nos Campos do Senhor, 1990
Coração Iluminado, 1997
Carandiru - (2001) — direção e roteiro
O regresso do homem que não gostava de sair de casa (1996) — interpretação
Procura-se (1992) (minissérie) — direção





Biografia de Hector Babenco





Nascido na Argentina em 1948, Hector Babenco fixou residência no Brasil em 1969. Rodou seu primeiro longa-metragem, “O Rei da Noite”, em 1975. “Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia”, com Reginaldo Farias no papel principal, chamou a atenção do público e da crítica pela originalidade no modo de fazer cinema. Sua consagração veio em 1981, com o polêmico “Pixote, a Lei do Mais Fraco”. Marília Pêra interpreta uma prostituta. O filme trazia ainda atores amadores, como o menino Fernando Ramos da Silva, de 10 anos. O filme foi eleito o melhor filme estrangeiro do ano, pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles. Em 1984, Babenco produziu sua obra mais conhecida: “O Beijo da Mulher Aranha”, co-produzida por cineastas estrangeiros. Baseada em um livro do escritor argentino Manuel Puig, a obra foi indicada para quatro Oscar, incluindo filme e diretor. Depois disso, fez “Ironweed”. com Jack Nicholson e Meryl Streep e “Brincando nos Campos do Senhor”, com Tom Berenger, Daryll Hannah, Kathy Bates e John Lightgow. Recuperando-se de um transplante de medula óssea para combater um câncer do sistema linfático, Babenco lançou “Coração Iluminado”, em 1999. Nele, conta suas reminiscências da adolescência e dirige, entre outros, sua ex-mulher Xuxa Lopes. Em 2001, deu início a um novo longa, baseado no livro “Estação Carandiru”, de Drauzio Varela.


Assista o filme em 13 partes clicando aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário